Missão X-Fighters parte I – as dificuldades (o lado dela)

29-05-2011 12:59








Por Letícia Silva


Não pertencemos ao ramo do esporte. Por mais que o Caio seja mais familiarizado com o tema, as coisas não seriam tão fáceis. Sabíamos disso desde o início, desde o convite. E aceitamos. Porque recusar esse tipo de aventura nunca foi do nosso feitio. Acordamos às 4h30 da manhã no sábado e partimos para a capital federal sem saber bem o que encontraríamos por lá. A única certeza era a de que iríamos fazer o melhor que nos fosse possível. A grana era pouca, o sono era muito e a ansiedade era ainda maior. Ao desembarcar em Brasília, tivemos uma das primeiras certezas em relação à nossa cobertura: não teríamos internet durante o evento e não era possível fazer as imagens, vídeo e texto e depois seguir para algum lugar para postar, pois o vôo de volta estava marcado para as 22h e a Esplanada dos Ministérios fica a uns 40 minutos do aeroporto. Logo, quando o evento acabasse, era correr (sim, literalmente) para lá.


O evento estava marcado para as 16h. Ficamos inicialmente em uma área restrita a convidados chamada de “Fans Club”. Depois de umas duas horas, fomos gentilmente transferidos para a sala de imprensa. Na “Fans Club” havia muitas pessoas com o único objetivo: registrar tudo o que fosse possível daquele magnífico show de motos voadoras.  O mais interessante é que também tínhamos esse objetivo, o que nos deixava um pouco irritados ao ver um “cinegrafista” surgindo na frente da nossa câmera.

 

Já dentro da sala de imprensa, tínhamos pouco mais de uma hora para registrar os melhores cliques, fazer os melhores vídeos, fotografar os atletas de perto e ainda tentar entrevistá-los, em inglês – mais um ponto negativo para mim e positivo para o Caio.

O problema de você ter uma equipe reduzida é que é preciso sempre fazer escolhas, nunca é possível registrar tudo o que se quer. A incerteza de que um atleta pudesse chegar a qualquer momento para falar com a gente e pegar o Caio sozinho para filmar, entrevistar e ainda ter que mandar o cara segurar o microfone me privou de fazer muitos registros.

Quando o evento estava terminando, fomos surpreendidos com a pior notícia: os atletas vencedores iam descer da pista e seguiriam para a sala de imprensa para uma entrevista coletiva. Como já passava das 20h quando o vencedor foi anunciado, tivemos que sair antes da chegada deles, caso contrário, perderíamos o vôo.

Mas, como se não bastasse, o trânsito de veículos foi interrompido nas ruas que dão acesso à Esplanada. Com isso, o ônibus que passaria na porta do evento e nos deixaria dentro do aeroporto, não trafegava mais por ali. O que fazer? Correr quase dois quilômetros até a rodoviária para conseguir pegar ocoletivo para não perder o vôo. Problema resolvido? Quem dera! Chegando no terminal, o próximo ônibus seria às 21h e demoraria “uns 40 minutos até lá”, segundo o funcionário da empresa. O que fazer? Pegar um ônibus, descer no meio do caminho (um lugar distante e desconhecido) e ir de táxi até o aeroporto. Ao entrar na sala de embarque, não tinha como não pensar: “puxa, conseguimos! Saiu tudo melhor do que esperávamos”. 

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