Missão X-Fighters parte I – as dificuldades (o lado dele)

29-05-2011 14:06

Por Caio Araujo

Coberturas esportivas são verdadeiros testes para jornalistas. Quando esses eventos transcendem as fronteiras do nosso país, servem para apresentar o mundo das credenciais e do acesso liberado (ou proibido, no nosso caso) aos jornalistas acostumados a cobrir festinhas e eventos pequenos. Toda a dinâmica muda e você tem que se acostumar a não ter as melhores imagens, não ter equipamento condizente com o nível do evento e, principalmente, a buscar cliques e gravações diferentes em outros cantos da cidade.

Brasília é uma cidade projetada para executivos, não para os brasilienses. A arquitetura era moderna nos anos 60. Agora, à exceção das larguíssimas vias de acesso, não há legado estrutural deixado por Niemeyer. E o que fazer nessas ruas se o transporte público é escasso nos finais de semana? Como a cidade é extremamente plana, caminhar parece uma boa solução para fazer um “city tour”. Não é. Faz muito calor, a insolação é constante, e a falta se sombra e os quarteirões enormes dão a sensação de que se está em um deserto.

 

A impressão que fica é a de que Brasília foi construída e, desde então, não foi modernizada. Os hotéis, por outro lado, são modernos e muito bem localizados. Perceber esse cenário nos deu a prova empírica de que a cidade, em seus 51 anos, ainda não construiu a sua identidade devido à rotatividade de sua população e, mesmo sendo o centro do governo, não há zelo pelo bem-estar da população de lá.

Depois de caminhar mais de dez quilômetros e percebermos que teríamos que nos virar com o que tínhamos, fomos para a nossa área de trabalho. Claro que, sem antes atravessarmos um mundo de pessoas sem credenciais e de olho nas nossas pulseiras de acesso. Sem internet, tentamos transmitir as informações pelo Twitter do celular, o que não deu muito certo, porque a operadora de telefonia teve grandes falhas de sinal (em plena Esplanada dos Ministérios). O jeito foi esperar na arquibancada pelo início do torneio, filmar e fotografar o máximo que outros convidados permitissem.

Quando conseguimos as credenciais de imprensa, encaminhamo-nos para a área de entrevistas com os competidores. Contudo, à imprensa comum, foi liberado o acesso apenas à coletiva de imprensa. Vejam o post da Letícia, que explica isso em detalhes. Ficamos em um dilema: se aguardássemos mais meia hora, conseguiríamos os depoimentos dos primeiros colocados; se ficássemos mais, poderíamos perder o vôo. Prezamos pela sensatez e corremos para o avião.

 

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