IV fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade

26-05-2011 14:58

Por Bruna Cris

O IV Fórum Internacional de Comunicação e sustentabilidade começa empolgado logo na abertura, com a apresentação e direcionamento à mesa de palestra: Wellington Nogueira (mestre de cerimônia, ou como ele mesmo preferiu se intitular, mestre sem cerimônia) é fundador da trupe de teatro Doutores da Alegria. O grupo, que se reconhece como especialista em “besteirologia” , fez uma pequena dinâmica com o público presente.

(Mesa composta por : Isabel de Paula (jornalista), Tião Rocha (Educador popular), Ladislau Dowbor (Prof. Puc-SP), Mario Sergio Cortella (Prof. Puc – SP), Monja Coen, Luiz Sifone (presidindo a mesa), Fredric Litto (Prof. Nova York)

 

 

O Fórum acontece 26 e 27 de maio de 2011 na Serraria Souza Pinto.

Antes de abrir a mesa de debate, Wellington Nogueira apresenta a idealizadora do evento, Marta Rocha, que fala sobre a importância do evento, e quão forte é a participação dos patrocinadores, o que proporciona a gratuidade do Fórum. Exprime seu desejo de transformação do mundo em um espaço melhor e de boa convivência.

Fausto Araujo, Secretario do Meio Ambiente saúda a todos em nome do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda – que não pôde estar presente na abertura, mas promete comparecer no decorrer do evento.

Fausto ressalta a educação diretamente ligada ao meio ambiente e diz que o prefeito, além de interessado nas questões de meio ambiente, cobra ações para valorização de tal bem natural dos belorizontinos.

A secretária de educação, Macaé Evaristo, também representa o prefeito. Relembra como a educação vem sendo pautada pela mídia nos últimos dias, e ressalta que sempre os maus exemplos se destacam. Macaé enfatiza a necessidade de pensar educação não somente do ponto de vista escolar, mas como uma rede de formação de jovens, em diálogo permanente com a realidade em que vivem e com o meio ambiente.

Wellington agradece às participações e ressalta que tudo depende da nossa atitude, e instiga ao público a se cumprimentar.  “Dêem pelo menos um bom dia pra quem está ao seu lado, não vai te custar mais que um sorriso”

Wellington então convida à monja Coen para algumas palavras. Ela estimula o público a fazer um leve exercício para melhor postura e melhor respiração. Coen traz um ambiente mais calmo, simplesmente ao falar.  “Situem-se devagar. Tragam o seu corpo e sua mente pra esse lugar...”

Segundo Fredric Litto, os dados mostram que tanto no Brasil quanto no exterior, mais de 50% dos profissionais acabam suas vidas não seguindo a carreira que se prepararam academicamente. Ele aponta algumas falhas no sistema educacional, que não dá o incentivo de fato aos alunos.

Quando um aluno, no estudo básico ou mesmo na universidade precisa fazer um “poster” (um trabalho acadêmico) sobre um assunto determinado, muitas vezes ele se dedica muito mais ao pôster, do que ao conhecimento, reflete.

A monja Coen incita o público a buscar a educação em lugares pouco percebidos e muito potentes: “vamos chamar aquela senhora que limpa os banheiros, e perguntar sobre a educação. Por que ela vai saber falar de coração pra coração. E ao conviver com banheiros sujos, com paredes pichadas, e sendo invisível aos olhos de muitos. Ela vai escrever, mesmo que com erros de ortografia, NÃO SUJE O MEU LOCAL DE TRABALHO. E então perceber uma mudança de fato.”

A monja instiga ao público para que utilize o facebook e as demais redes sociais para algo maior. Transformações só acontecem quando alguém toma a iniciativa. “Precisamos utilizar dessas tecnologias para fazer algo que valha a pena”

Coen ressalta ainda o momento do Japão. “O nosso planeta é violento. Vejam só, a terra faz um pequeno movimento, algo quase imperceptível e que impacto isso nos causa?” nosso planeta é vivo, e devemos tratá-lo como ser vivo e respeitá-lo.

As políticas e mídias de comunicação incentivam a uma preservação que eles mesmo desconhecem “vamos incentivar a utilização de energia solar, mas de que material são feitas as placas para captura dessa energia? São recicláveis?” Questiona a Monja Coen. Ela ressalta a importância de parar de pensar apenas no que é meu, no que está próximo. “enquanto eu pensar só na minha casa, na minha família, no meu bairrom nós não sairemos do lugar. Precisamos pensar mais amplamente”. “Precisamos aprender a conviver em sociedade comunitária. O meu EU não é mais importante que o direto do outro”

Cada detalhe do dia a dia que vem se tornando raro é a morte da convivência.

O professor Mário Sérgio explica a frase acima ao citar que o uso da tecnologia de comunicação nos deixa cada vez mais incomunicáveis. “Antes estávamos todos juntos mas ninguém perto, hoje estamos todos perto mas ninguém junto”.

“Equilíbrio não é a não mobilidade, assim como a não violência não é a passividade. Precisamos encontrar na ação força pra lutar, e dizer o que pensamos” ressalta Mário ao citar algumas falas da Monja Coen.

“Você tem que ser a mudança que você deseja” finaliza o professor Mário Sérgio.

O professor Ladislau Dowbor valoriza o conhecimento e diz que precisamos praticar o conhecimento para não o perder.

O educador Tião Rocha diz que precisamos desaprender. “Quando se desaprende, tornamo-nos sábio. Pois abrimos espaço para o novo. Deixamos tudo o que já aprendemos de lado, para poder aprender o novo.”

“Vou deixar de ser professor e passar a ser educador. O professor ensina e o educador aprende. Ta na hora de sair desse lugar cômodo” conclusão que Tião chegou há 30 anos.

O ensino hoje é regido sob uma postura militar. (50 minutos por aula, fila, senta, levanta, horário de comer, matéria, currículo, prova...). Precisa-se aprender a observar e aprender com os alunos, pois só assim poderemos perceber o potencial das crianças e jovens.

“Será que é possível fazer educação sem escola?” questiona o educador Tião Rocha.

A Jornalista Isabel de Paula, responde com a seguinte questão: “precisamos de uma nova educação, diante de tantas mudanças que presenciamos nos últimos tempos”. Precisamos promover uma COMUNICAÇÃO transformadora.

E finaliza o debate com uma pergunta que atinge a muitos internautas: “o que estamos comunicando nas nossas redes sociais? 

 

 

 

 

 

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