Assassinato de Décio Sá completa uma semana

02-05-2012 13:47

Foto: G. Ferreira (daqui)

Maria Beatriz de Castro

Laboratório de Convergência de Mídias

 

Dia 1º de maio, Dia do Trabalho, completou uma semana da morte do jornalista maranhense Décio Sá, de 42 anos. Como forma de protesto, manifestantes concentraram-se no Parquinho da Litorânea, às 10h, e percorreram a Avenida Litorânea até o bar Estrela do Mar, local onde ocorreu o assassinato. A caminhada contou com centenas de participantes que vestiam camisetas pedindo “Justiça e Paz”. Os manifestantes, que contavam com parentes, amigos e colegas de profissão do jornalista, pediam a elucidação do crime que, como outros no Maranhão, é considerado encomendado.

No dia 23 de abril, no bar Estrela do Mar, Décio de Sá foi assassinado com seis tiros à queima roupa por volta das 22h30, em São Luís, no Maranhão. O jornalista trabalhava no jornal “O Estado do Maranhão”, pertencente à família Sarney, e escrevia num blog sobre os bastidores da política no Maranhão. O crime, considerado encomendado por vários fatores que estão sob sigilo de investigação, ganhou repercussão nacional e até internacional. Notas de repúdio e manifestos foram publicados por entidades ligadas ao jornalismo e até pela Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).

O caso abriu espaço para uma análise mais atenta sobre os índices de morte de jornalistas no Brasil. Segundo relatório da SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa) houve um aumento de casos de assassinatos de jornalistas brasileiros, passando por agressões e atentados. Já o levantamento do CPJ (Committee to Protect Journalists) divulgado no dia 17 de abril, indica que o país é o 11º do mundo em assassinatos de jornalistas que acabam em impunidade.  

O caso de Décio Sá segue sob sigilo investigativo, num processo de análise da arquitetura do crime. O secretário de Segurança Pública do Maranhão, Aluísio Mendes, afirmou em coletiva de imprensa que o caso não ficará impune: “A dinâmica do crime foi meticulosamente estudada. Esse não foi um crime planejado em 24 horas, a rota de fuga já estava traçada e eles evitaram contato com a viatura que estava fazendo a ronda no horário. Temos várias pessoas envolvidas nesse assassinato, e vamos chegar a todas elas", afirmou Mendes.

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